Em qualquer tipo de edificação, o telhado exerce um papel essencial que vai além da simples cobertura. Ele protege toda a estrutura contra as ações do clima, como sol, vento e, principalmente, chuva, além de contribuir para o conforto térmico e acústico dos ambientes internos. Por isso, quando se trata da construção de telhados, é fundamental levar em conta uma série de fatores técnicos, estéticos e funcionais que garantem a durabilidade, a segurança e o desempenho esperado da cobertura.

Engana-se quem pensa que construir um telhado é apenas escolher uma telha e definir sua inclinação. Um telhado eficiente envolve cálculos estruturais, escolha de materiais adequados, soluções de ventilação, sistemas de escoamento pluvial e cuidados com impermeabilização. Tudo isso precisa ser planejado desde a etapa de projeto, e não apenas no momento da execução.

Neste artigo, vamos explorar os principais pontos que devem ser considerados em uma obra que envolve a construção ou reforma de um telhado. Também abordaremos os erros mais comuns que comprometem o desempenho da cobertura e explicaremos por que a escolha de profissionais qualificados faz toda a diferença nesse processo.

O telhado como parte do sistema estrutural da obra

Embora muitas vezes seja tratado como uma “etapa final” da obra, o telhado faz parte da estrutura da edificação e precisa estar totalmente integrado ao projeto arquitetônico e estrutural. Ele influencia o peso que as paredes e as vigas devem suportar, interfere no cálculo das fundações e precisa ser dimensionado para resistir às ações do vento e da chuva — que, dependendo da região, podem ser bastante intensas.

O primeiro passo, portanto, é avaliar qual tipo de telhado melhor se adapta ao perfil da obra. Telhados inclinados, planos, embutidos, metálicos ou verdes são algumas das opções disponíveis, cada uma com características, vantagens e desafios próprios. A escolha deve considerar o estilo arquitetônico, a funcionalidade, o clima local e o custo-benefício.

Além disso, o telhado precisa estar de acordo com as normas técnicas da ABNT, especialmente a NBR 7190 (para estruturas de madeira) e a NBR 6120 (ações para o cálculo de estruturas de edificações). Negligenciar essas diretrizes pode comprometer a estabilidade da construção e trazer prejuízos futuros.

Escolha dos materiais: mais que estética

A escolha dos materiais é uma das etapas mais importantes na construção do telhado. Isso inclui não apenas as telhas, mas também a estrutura de suporte (madeira, aço, alumínio), os elementos de fixação, a manta térmica ou hidrófuga, as calhas e rufos.

Cada material apresenta um comportamento diferente em relação ao clima, à dilatação térmica, ao isolamento acústico e à resistência ao tempo. Por isso, não se deve escolher apenas pela aparência ou pelo preço.

Telhas cerâmicas, por exemplo, têm excelente desempenho térmico, mas exigem estrutura robusta e inclinação acentuada. Já as telhas metálicas são leves e versáteis, mas podem produzir mais ruído em dias de chuva e demandam tratamento anticorrosivo.

Além disso, é importante considerar a manutenção a longo prazo: alguns materiais exigem limpezas frequentes, tratamentos periódicos ou substituições mais precoces.

Ventilação e conforto térmico

Um erro comum em muitos projetos é ignorar a importância da ventilação do telhado. Um telhado mal ventilado acumula calor excessivo nos ambientes internos e favorece o surgimento de mofo, principalmente em regiões com alta umidade.

A ventilação cruzada, feita por meio de frestas, lanternins, telhas específicas ou aberturas estratégicas, ajuda a dissipar o calor, reduz a condensação e melhora a eficiência energética da edificação. Isso significa menos uso de ar-condicionado e maior conforto para os moradores ou usuários do espaço.

Outro aspecto que merece atenção é a instalação de mantas térmicas ou telhas com tratamento refletivo, que bloqueiam parte da radiação solar e evitam o superaquecimento da cobertura.

Impermeabilização e escoamento de água

Um dos maiores vilões dos telhados é a infiltração. Goteiras, mofo e deterioração da laje ou do forro são consequências diretas da má impermeabilização ou da ausência de um sistema de escoamento eficiente.

Para evitar esse problema, é necessário prever calhas bem dimensionadas, rufos bem instalados e pontos de coleta de água pluvial que não sobrecarreguem a estrutura. Além disso, a inclinação das telhas precisa estar correta para garantir o escoamento rápido da água, evitando o acúmulo e os refluxos.

O uso de mantas asfálticas, adesivas ou de alumínio pode ser indicado em áreas mais críticas, como juntas, platibandas ou encontros entre telhado e parede. É importante que a instalação seja feita por profissionais capacitados, já que um pequeno erro na fixação pode comprometer todo o sistema.

Sustentabilidade e aproveitamento de recursos

Em um cenário onde sustentabilidade deixou de ser tendência para se tornar uma necessidade, o telhado pode ser um grande aliado da construção verde. Sistemas de captação de água da chuva, instalação de painéis solares e uso de telhados verdes (com vegetação) são soluções que agregam valor à obra, reduzem o consumo de recursos naturais e melhoram o desempenho ambiental da edificação.

A instalação de painéis fotovoltaicos, por exemplo, precisa ser prevista desde o projeto, para que a inclinação, a orientação e a estrutura do telhado estejam preparadas para receber os módulos com segurança e eficiência.

Já o telhado verde, embora demande maior investimento inicial, contribui para o isolamento térmico e acústico, reduz o efeito de ilhas de calor e melhora o microclima da região, sendo especialmente indicado em áreas urbanas densas.

Manutenção preventiva e durabilidade

Por fim, mesmo um telhado bem construído precisa de manutenção. A exposição constante ao sol, à chuva, ao vento e à poluição urbana provoca desgaste natural nos materiais. A cada estação, pequenas revisões podem evitar infiltrações, descolamentos, obstruções de calhas e a deterioração da estrutura de apoio.

A recomendação é que seja feita uma inspeção visual regular, especialmente após temporais ou em épocas de transição climática. A substituição preventiva de telhas trincadas, a limpeza das calhas e a reaplicação de produtos impermeabilizantes quando necessário prolongam a vida útil da cobertura e evitam gastos maiores com reformas emergenciais.

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